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Análise: Do amor ao ódio em fração de segundos

por Lud Hayashi

Praticamente todos os dias algum famoso se torna a mais nova vítima de ataques nas redes sociais. Uns porque se casaram, outros porque se separaram. Umas porque ficaram grávidas, outras porque perderam o bebê. Alguns porque comem carne e outros porque comem legumes.
A superexposição é condenada, assim como o sumiço. Falar da vida privada é exibição de falsa felicidade e não falar é ocultação da real infelicidade. Não importa o que se faça ou se deixe de fazer, o ódio sempre estará lá, firme e implacável. Seus praticantes ganharam até uma qualificação universal: haters.

Os “odiadores” não precisam de curso, treinamento ou programas de motivação. Qualquer coisa pode servir como gatilho para liberar naturalmente o que carregam dentro de si, ainda que tentem esconder-se atrás de palavras da moda como o tão banalizado termo “gratidão”. Se dizem gratos por tudo, mas só se satisfazem realmente quando destilam seu veneno contra qualquer um que considerem ser “a bola da vez”. Na verdade, não importa quem seja, o que interessa é apenas manter o ódio em alta. O alvo é irrelevante, pois fazem isso por si mesmos.
Vivemos em um tempo onde as pessoas veem, mas não enxergam, escutam, mas não dão ouvidos, leem, mas não entendem, pregam uma coisa, mas fazem outra. É como se apanhassem, mas não sentissem mais dor. Uma sociedade desafeiçoada de tudo, onde nem mesmo os pais amam seus filhos e quase todos são cheios de uma raiva que não sabem nem sequer explicar de onde vem.
Quanto mais as pessoas buscam respostas do lado de fora, mais vazias se tornam por dentro. Exigem que os outros sejam o que nem elas mesmas são e agem como juízes, apontando os erros de terceiros como se com isso pudessem encobrir os próprios.
Uma sociedade doente que diz ter a cura para todos os males alheios, mas que não enxerga um palmo adiante do nariz. É preciso deixar a hipocrisia de lado, passar a olhar mais para si mesmo e começar a praticar o que diz. O coletivismo que tem sido imposto está fazendo as pessoas esquecerem que são indivíduos responsáveis por si mesmos e os resultados têm sido desastrosos.
Patrícia Lage

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